Hoje apetece-me bater nos automobilistas. Eu sei que é mais fácil dizer mal do que fazer bem, blá, blá… Mas se houver uma única alma que consiga tempo para ler isto, não se aborreça e o tenha em conta, já fiz a minha boa acção de hoje.
Eu viajo, habitualmente, como condutor em automóvel, mas também utilizo a minha “btt” em estrada, assim como pratico corrida nesse mesmo local. Possivelmente, esta minha ocupação tripartida, no que à utilização do espaço circulante diz respeito, permite-me olhar de outra forma para o dia-a-dia dos espaços públicos asfaltados.
Não quero ser um exemplo e muito menos ser a voz da consciência dos demais utilizadores das vias, mas a verdade é que a falta de respeito impera. E o que me deixa mais preocupado é o facto dessa falta de respeito vir muitas vezes acompanhada de desconhecimento.
Por exemplo, não havendo passeios e vias reservados, os peões (incluindo os que andam um pouco mais depressa), ciclistas e demais utilizadores têm de “conviver” na faixa de rodagem e/ou bermas. Diz o Código da Estrada (CE) que os condutores devem sempre ceder a passagem quando pretendem entrar na via saindo de um parque ou quando pretendem entrar numa rotunda; Ainda, quando estacionados na berma, não deverão iniciar a marcha sem tomar todas as precauções necessárias para evitar acidentes. Agora pergunto eu, porque razões não o fazem? Ah, já sei, o automóvel permite andar mais depressa e, principalmente, oferece uma maior protecção, logo, que se lixe o gajo da bicicleta.
Relativamente aos peões, o CE prescreve que os peões poderão usar as bermas da faixa de rodagem, quando não existam passeios (neste caso, eu até me atrevo a perguntar se há outro local para utilizar; só se for por cima dos objectos contíguos à via, tais como muros, jardins, edifícios, etc; deduzo que não seja tarefa fácil para a maioria dos peões), então porque é que os condutores não facilitam e teimam em espetar o espelho retrovisor direito no braço do peão.
Ainda está escrito, no já referido diploma, que as luzes de cruzamento deverão ser utilizadas em vez das luzes de estrada (máximos), de entre outras situações, quando se cruza com pessoas. E, que eu saiba, as luzes de cruzamento (os recorrentes médios) são obrigatórias, logo todos têm e podem usá-las.
Ok. Eu sei que os peões e os ciclistas, quando em grupo, teimam em andar a par perturbando desnecessariamente o trânsito em geral, mas como eu escrevi no início. Hoje era para bater nos automobilistas.