sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Cooperativismo saudável

Muitas vezes o cooperativismo é visto como algo errado. Quase sempre é entendido como a protecção “indevida” entre elementos de um grupo de interesses.
Acontece que nem sempre assim é. E posso afirmar isto porque nas minhas andanças desportivas, quer a pé quer de bicicleta, verifico que entre os entusiastas dessas modalidades existe um convívio simples mas salutar. E não estou a referir-me a velhos amigos ou conhecidos. Aludo-me a perfeitos desconhecidos, a quem o simples facto de comungarem de um interesse os impulsionam a desejar um bom dia aos outros com quem cruzam nos seus trajectos.
No último domingo, por exemplo, no passeio de bicicleta em família, o elo de ligação rápida da corrente fez o favor de saltar do local devido. E lá estava eu com as mãos sujas de lubrificante usado a tentar recolocar tudo aquilo. Durante esse espaço de tempo, todos os que passavam quer de bicicleta quer de automóvel com bicicletas nas barras de tejadilho paravam e perguntavam se necessitava de ajuda. Por acaso não precisava, mas se fosse necessária lá estava ela. E várias vezes.
Um bem-haja a cada um daqueles que assim procedem.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Para que servem os Blogs

Eu não sei nem consigo responder a esta questão no que ao geral diz respeito mas eu, em particular, posso afirmar que publicar um texto neste canto da rede global me ajuda a dormir. Como? Perguntais vós. Eu passo a explicar.
Normalmente gosto de cogitar sobre algumas mundanidades. Mas também aprecio descansar umas horitas. O que acontece é que de quando em vez essas cogitações não me deixam em paz e logo não me permitem o devido repouso.
Para contrariar, escrevo umas coisas, convenço-me e finjo que já resolvi o problema, e pronto… é sono limpo pela certa.
Claro que não é assim, mas é bom pensar que se pode alterar de alguma forma o que nos parece menos correcto. Também é evidente que aquilo que nos parece incorrecto, nem sempre o é. Cada um tem a sua liberdade desde que não prejudique a dos outros.
No fim destas linhas apenas me resta uma esperança: dormir melhor hoje.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Andamos todos na faixa errada

Nas minhas observações matinais (à tarde já não tenho vontade de observar o que quer que seja) reparei que a generalidade dos condutores dos veículos automóveis nunca está na faixa que pretende. Os da esquerda querem tomar uma na direita, os que conduzem na central querem tomar a esquerda ou a direita, e os da direita querem, invariavelmente, ir para a esquerda.
Bem, uma vez eu percebo. É normal quando se entronca numa via tomar a faixa da direita e depois ir acedendo aquela que mais se adequa ao destino.
O que me intriga é que verifico que as pessoas não sabem para onde querem ir, pois, em poucos metros, ora circulam na fila de trânsito central, quando existe, como logo vão para a esquerda ou para a direita.
Sendo assim, deixem-me chamar a atenção para alguns aspectos:
Efectuar a viagem em zig-zag torna-a mais longa, na medida em que a distância mais curta entre dois pontos é um segmento de recta.
Fazer a necessária sinalização da manobra (vulgo pisca) gasta energia, neste caso combustível, se bem que muitos não o fazem. Deduzo que deve ser para poupar e não por falta de respeito para com os outros. Isso nem pensar.
A última é que é muito melhor decidir qual o local de chegada, antes de iniciar viagem. Há quem diga que é essencial para não andar perdido. E eu concordo com eles.


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Chegar novo a velho

Parece um contra-senso mas não é. Ou, pelo menos, pode muito bem deixar de o ser a breve trecho. E perguntam porquê.
Ora bem. Há uns anos, os elementos do sexo masculino deixavam de ser considerados jovens quando acabavam o Serviço Militar Obrigatório. Este período era como um muro que separava a fase anterior da fase adulta. A partir desse momento constituía-se família etc., etc.. Esta situação arrastava os elementos do sexo feminino na mesma onda. Era assim a lei da vida.
Acontece que depois surgiu o Cartão Jovem que estipulou os 25 anos de idade como limite para se ter direito às supostas vantagens. Leitura a tirar: Era-se jovem até àquela idade.
A partir daí os bancos, outras instituições e o próprio Instituto da Juventude, têm considerado que a juventude chega até aos 35 anos de vida. Óptimo!
Tudo isto me parece defensável. Acontece que recentemente fiquei conhecedor de que no que diz respeito à agricultura o caso é ainda mais “vantajoso”. É-se considerado jovem agricultor até aos 45 anos. Parece-me que a situação vai andando e, mais dia menos ano, somos considerados jovens com 70 anos.
Eu, pelo sim pelo não e antes que seja tarde, vou plantar umas couves que assim ganho mais uns meses de juventude.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Pedir opinião

Não percebo o porquê, mas, amiudadas vezes, as pessoas pedem uma opinião contando que seja coincidente com o que pensam ou com a decisão que já haviam tomado. Isto é partir do fim para se atingir o início. Primeiro, decide-se e depois tenta-se justificar a decisão.
Também é uma forma interessante de traçar o destino, mas de forma semelhante a um problema de aritmética em que é conhecido o total e pedido para se determinarem as parcelas. Como sabemos, há infinitas soluções.
Então se há, não direi infinitas mas pelo menos muitas opiniões a dar, e o solicitador deseja apenas a sua, para que é que a pede?
Da próxima vez que me pedirem a opinião, eu contraponho com a pergunta: Qual é a sua ideia? E, claro, concordo logo com ela. Está dada uma opinião, não me levou, rigorosamente, qualquer tempo a pensar e, vantagem das vantagens, coincide com a do interlocutor.
Simples, não?

Cada geração, sua sentença

Agora tornou-se moda dizer que a actual geração jovem teve tudo o que quis ao longo da sua vida, pois os seus pais não olharam a meios para o fazer. Diz-se, ainda por aí, que não estão preparados para uma vida mais apertada em termos económicos.
Ora eu não concordo nada com isso. Senão vejamos: É comum vê-los com as calças completamente rasgadas, denotando muito e continuado uso.
Parece-me que este aspecto conduz a uma enorme poupança. Até os pouco ou nada abastados “do antigamente” não usavam a “roupa de sair” nesse estado. Ou era substituída e usada nas tarefas dos seus afazeres ou, pelo menos, era remendada.
Provada que está a minha tese, agora só é necessário extrapolar esta atitude de contenção para os outros objectos do dia-a-dia.
Por exemplo, poderiam continuar a usar o telemóvel quando avariado (mesmo que não permita efectuar chamadas) ou a consola ultrapassada pela moda, etc.
Outra situação, à semelhança do que muito boa gente defende para a saúde, seria implementarem o uso das marcas genéricas nas suas necessidades.
Que tal usar calças de marca “Luís confecções” ou sapatos “Alfredo”.
Isso, sim, ficava mais barato.