quinta-feira, 28 de julho de 2022

 

Daltonismo

 

Quando estamos perante um facto desagradável ou uma situação triste que ocorreu a uma terceira pessoa, costumamos dizer: "Lamento; faço ideia como se deve sentir; etc.." Mas, na grande maioria das vezes, felizmente para nós, não fazemos a mais pálida ideia de como o outro se sente.

Ora para se ter uma ideia de quão complicado é ser-se empático e vestir a pele do nosso interlocutor, nada é melhor do que ser colocado perante uma metáfora. Afinal também é para isso que as mesmas servem.

O daltonismo é uma deficiência da visão que impossibilita o seu portador de diferenciar algumas ou mesmo todas as cores, dependendo do grau desse distúrbio.

E uma boa noção da forma como um daltónico, do tipo mais profundo, vê o mundo, poderá ser dada pela imagem que nos chega através de um televisor “a preto e branco”. De grosso modo o aparelho funciona como um filtro, deixando passar apenas uma parte da informação.

Claro que há outros níveis de daltonismo, sendo que eu falo na primeira pessoa acerca deste assunto.

Posto isto, quando alguém descreve os seus sentimentos sobre algo, enquanto ouvintes, deveremos pensar que essa pessoa é também um filtro. As dores que sente, físicas ou emocionais, não passam para nós, pelo menos, na sua totalidade.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Evolução

Há quem ache que o processo evolutivo é sempre benéfico e também há quem defenda o conservadorismo com unhas e dentes. Enfim! Eu revejo-me em ambas as opiniões.

Mas, gosto de uma boa troca de ideias e as que eu considero mais estimulantes são aquelas em que se defendem os extremos.

Há pouco tempo, estava numa tagarelice daquelas sem assunto definido e na qual um dos intervenientes defendia o regresso ao passado. Tudo era melhor. As pessoas eram mais simples, honestas e prestáveis, e tinham menos preocupações.

Eu diria que sim, mas menos preocupações não quererá necessariamente dizer menores. Por exemplo, os meus avós nunca se preocuparam com avarias nos automóveis ou nos electrodomésticos (ou até com o pagamento do IRS), simplesmente porque não os possuíam ou nem sequer tinham sido inventados. Contudo, não podemos com isto afirmar que não tinham outros problemas igualmente ou até mais gravosos.

No outro extremo, mais e melhor são as palavras de ordem. Neste seguimento, um outro interlocutor do grupo referia que o bom seria a existência de um automóvel que nos levasse aos destinos sem que necessitássemos de conduzir.

Bem, com mais umas patacoadas, a conversa ficou por ali.

Mas claro, eu interessado que sou por estes assuntos fui pesquisar acerca do desenvolvimento automóvel. Sei que, em determinadas situações muito controladas, isso já foi testado e é possível.

De qualquer modo, não foi necessário um grande investimento na leitura de revistas técnicas ou na navegação pela Net.

Afinal aquele conceito já está disponível há bastante tempo, com os comandos a serem dados por voz e aplicável à generalidade das marcas automóveis.
Aliás é até muito comum. Chama-se táxi.