quinta-feira, 26 de julho de 2012

A relatividade do tempo

Há “pouco tempo” editei aqui uma mensagem sobre o final das férias. O problema é que sendo há pouco tempo, já lá vai um ano e o novo período de férias volta a estar no fim. Como é possível ter passado tanto tempo?
Eu, que ando constantemente à procura de justificações para as muitas coisas que não sei ou não entendo, muito possivelmente irei passar este próximo ano nessa demanda (como diriam os nossos irmãos brasileiros) e, no final, colocarei certamente a mesma questão sem obter resposta.
Mesmo sem saudosismo associado, lembro-me que quando o número que representava a minha idade era constituído pelo algarismo "um" em primeiro lugar, um ano era uma coisa enorme. Tudo aquilo que era calendarizado para o ano seguinte era como se fosse para acontecer no dia de São Nunca à tarde.
A minha explicação para essa situação, válida até prova em contrário, é que os períodos de tempo estão cada vez mais curtos.
Passo a apresentar as provas:
Uns estudiosos professam que as estações do ano estão trocadas. No Verão é Inverno e vice-versa. Isto indicia alguma coisa.
Outros dizem que actualmente as pessoas vivem mais. A esperança de vida das mulheres em Portugal ultrapassa os 80 anos.
Ora assim sendo, o erro está, não na contagem, mas sim na definição de ano. Eu acho que as pessoas não atingiriam a atual esperança de vida, se os anos de calendário fossem de igual duração dos ocorridos no séc XIX, mas alguém foi cortando o tempo sucessivamente e sem que dessemos por isso (Não sei quem, mas haverá certamente gente com capacidade de influência e que ganha com isso).
Portanto, o meu cartão de cidadão refere que terei 45 anos, mas a minha idade bem contadinha e sem a interferência de que falei não seria superior a 35.

terça-feira, 6 de março de 2012

Os ratos também ditam a moda

Não sei se serei o único a não perceber o porquê da maioria das modas. E encontro-me nesta situação por três ordens de razão.
Primeiro, com excepção daquilo que é determinado pelos avanços tecnológico e do conhecimento, a maioria das mudanças que ditam uma nova moda, apenas pretendem conduzir ao consumo. Um exemplo claro é a renovação dos equipamentos dos clubes de futebol, que em alguns casos até leva à descaracterização da sua imagem histórica.
Segundo, amiudadas vezes, caminhamos para uma opção pior do que a anterior (aceito que os gostos são discutíveis). Verifica-se no uso de calças propositadamente rotas e desgastadas. Mais incrível ainda é o facto de serem geralmente mais caras do que as originais, ou seja levo uma peça desgastada, com menos material porque tem buracos, mas pago mais. Já vi algumas em que o tecido em falta daria para fazer outras.
Terceiro, na maioria das situações, volta-se ao início do ciclo. É o exemplo dos casacos de fato completo. Ao longo do tempo foram sendo com uma racha, com duas rachas, sem racha, com uma racha e novamente com duas rachas. Ou seja, nada de novo. Certamente, há uns senhores que vão ao sótão, verificam o que está lá há mais tempo, e escolhem para tendência do ano.
Ninguém me tira da cabeça que as calças rotas surgiram porque um exemplar foi roído por um rato enquanto esteve no dito sótão à espera de melhores dias. O criador de moda que já tinha agendado um desfile para essa noite não teve outro remédio senão utilizá-las mesmo assim. E não é que teve sucesso. Para bem dele e mal nosso.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Indignação

Houve alguém que em tempos afirmou que todos temos direiro à indignação.
Costumo utilizar este espaço para brincar com a vida ou, pelo menos, com a sua quota-parte menos séria. No entanto, hoje, sinto-me de tal modo indignado com a capacidade que têm algumas bestas (não há outro substantivo que eu possa utilizar) para causar sofrimento aos outros que irei aqui “descarregar” o meu mau estar.
Eu acredito na evolução do ser humano no sentido positivo e bom. Aliás, defendo que o Homem caminha para um estágio em que o respeito pelo próximo, pelos outros animais e pela natureza em geral, irá imperar.
No entanto, vão aparecendo umas excepções (já começo a duvidar se são excepções) que destoam deste meu conceito.
Como é possível um elemento, alegadamente pertence à espécie homo sapiens sapiens, ser capaz de acorrentar um outro, seu cônjuge, causando-lhe o sofrimento que o fim da escravatura - essa abominável vergonha da humanidade - já havia eliminado, pelo menos, dos países ditos civilizados? Ainda mais quando o facto é do conhecimento de uma parte dos vizinhos.
Há pessoas que sofrem muito na vida. Não há direito!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Evolução, modernices e outras coisas

Há quem ache que o processo evolutivo é benéfico e também há quem defenda o conservadorismo com unhas e dentes. Enfim! Eu revejo-me em ambas as opiniões.
Mas, gosto de uma boa troca de ideias e as que eu considero mais engraçadas são aquelas em que se defendem os extremos.
Há pouco tempo, estava numa tagarelice daquelas sem assunto definido e na qual um dos intervenientes defende o regresso ao passado. Tudo era melhor. As pessoas eram mais simples, honestas e prestáveis, e tinham menos preocupações.
Eu diria que sim, mas menos preocupações não quer necessariamente dizer menores. Por exemplo, os meus avós nunca se preocuparam com avarias nos automóveis e nos electrodomésticos (ou até com o pagamento do IRS), simplesmente porque não os possuíam ou nem sequer tinham sido inventados. Não podemos com isto afirmar que não tinham problemas igualmente gravosos.
No outro extremo, mais e melhor são as palavras de ordem. Neste seguimento, um outro interlocutor do grupo refere que o bom era existir um automóvel que nos levasse aos destinos sem que necessitássemos de conduzir. Bem, com mais umas patacoadas, a conversa ficou por ali.
Mas claro, eu interessado que sou por estes assuntos fui pesquisar acerca do desenvolvimento automóvel. E não foi preciso um grande investimento na leitura de revistas técnicas e na navegação pela Net.
Afinal aquele conceito já está disponível, há bastante tempo, com os comandos a serem dados por voz e aplicável à generalidade das marcas automóveis.
Aliás é até muito comum. Chama-se táxi.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Frases com sumo

Algumas vezes estou a ver televisão, a ler um texto ou a ouvir alguém a discursar, e passado algum tempo verifico que não me lembro de boa parte da cena.
Isto porquê? Tão simplesmente porque foi dita ou estava escrita uma frase ou ideia que me fez levar os pensamentos para longe. Continuo, sim senhor, a olhar para o ecrã, para o livro ou para a pessoa, mas estão envoltos em névoa.
E não é preciso uma locução daquelas que ficam para sempre e que se encontram nos sítios de frases célebres na Net. Nada disso. Basta, outrossim, algo que, naquele dia, naquele momento, faça pensar. Pode ser pela forma inteligente, engraçada ou pela estupidez.
Uma que li há bem pouco tempo e que me ficou foi: a maioria das pessoas não têm culpa alguma mas sofrem com as consequências dos actos de poucos. Esta fica assim, não direi mais nada, pois é demasiado séria para ser tratada neste espaço.
Outra, não pela importância, mas pelo engraçado da coisa, foi dita por Marcelo Rebelo de Sousa no programa do Nicolau. Referia-se às férias na neve, que alguns fazem com o intuito de esquiar, e disse: “É demasiado caro para o chato que é”. Eu achei graça e dou-lhe razão. Andar encosta a cima encosta abaixo repetidamente parece-me estúpido e serve apenas para os executantes mostrarem o seu nível monetário. É um pouco mais ou menos como o golfe. "Quero fazer desporto, tudo bem, mas pago a outro para carregar o saco e desloco-me em carrinho eléctrico". Se querem fazer desporto, carreguem o próprio saco e andem a pé. Aí sim.
Quanto à neve e quanto ao divertimento, aquela apenas serve para duas coisas. Para fazer os bonecos de neve e umas bolas que se atiram aos outros. Peço desculpa aos possuidores de skis, mas há coisa mais divertida de fazer-se?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Ballet e o Sapateado

Há algum tempo que não tenho tempo. Este trocadilho reflete a minha falta neste local desde… o ano transacto. Enfim, passaram os festejos de passagem de ano, com mais alimento e bebida do que o organismo necessita, festarolas, fogo-de-artifício e dança.
Eu, que nunca soube dançar condignamente, quase que idolatro quem o faz bem. Só não chego a tal ponto porque sou anti-ídolos.
Não há dúvida que há harmonia numa dança bem executada e, além de tudo, parece-me que as pessoas se divertem.
Claro, o Tango é uma excepção. Creio que há casos de violência doméstica com acções menos duras do que as da coreografia necessária para uma boa dança daquele género sul-americano.
Feita esta introdução e explanação, passo, porque hoje me apetece, a ordenar as formas de dança pela sua potencialidade de se fazerem notar. Desta feita, coloco o Ballet no início da escala e o Sapateado no final.
No Ballet, os executantes dançam como se não quisessem acordar quem os está a ver. Andam em pontas dos pés e deslocam-se como se fossem uma brisa. Do outro lado, estão os praticantes que usam reforços metálicos nas solas dos sapatos. (Sabiam que antigamente eram usadas moedas presas às solas dos sapatos para provocar o som metálico?)
Bem continuando. Se me perguntarem de qual gosto mais, eu não tenho dúvidas em responder que é do último estilo. Para mim, o Ballet, tal como a ópera, representa a tristeza, e o Sapateado representa a alegria. Por outro lado, o Ballet é demasiado técnico e desprovido da capacidade para ser usado fora dos salões.
Como eu gosto de alarido, festa que é festa faz-se com bombos. E a dança, igualmente.