sábado, 1 de abril de 2017

Ontem fui experimentar um Tesla

Ontem fui experimentar um Tesla, mas digo, desde já, que não é nada como se julga. Todos dizem: É eléctrico e, por essa razão, deve ser silencioso. Ora, tudo não passa de um engano. Quando inicia, faz mais barulho do que uma sirene de bombeiros e em operação parece um misto de martelo pneumático com uma G3 a fazer tiro de rajada.
O técnico que me recebeu referiu que eu ía entrar num topo de gama e que depois me daria uns auscultadores e meteria uma musiquinha. Se colocou música, eu não a consegui ouvir, pelo que o sistema de som deixa muito a desejar.
Comecei com a vestimenta. Estava à espera de um capacete e um belo fato, mas o que nos é dado é uma bata, uma touca e uma protecção para os pés, tudo descartável! Uma perfeita vergonha! Acresce que a bata não tem botões e, vestida como um casaco, fica-se com o peitaço de fora, vestida de frente, julgo que se fica a ver a parte que sentamos nas cadeiras.
Para não nos magoarmos num acidente temos de retirar tudo, principalmente o que é metálico. No entanto, nesta altura ainda tinha o telemóvel e tirei uma foto da minha imagem no espelho. Mais ninguém a irá ver, mas eu irei rir-me um dia destes ao revê-la.
Já lá dentro, para se ver melhor, injectou-me com qualquer coisa. Ainda o questionei: se era para ver melhor, porque não colocava ele próprio uns óculos? Mas apenas referiu – você está bem-disposto e tem graça. Ah, ah… Levei com aquilo de qualquer maneira e ainda tive de assinar um papel onde declarava que não me importava.
Continuando no meu desgosto… Verifiquei que a velocidade deixava muito a desejar. Aquilo andava pouco mais do que 2 centímetros a cada 10 minutos. O espaço era acanhado e não permitia levar mais ocupantes. Também não tem estofos nem baquetas. Faz-se tudo deitado.
Acresce que eu estava à espera que a cor fosse um azul metalizado ou um vermelho vivo, mas não! Estava todo pintado de um indigno creme, quase branco, apenas as letras Testa, em preto, sobressaíam. Julgo que é o que está na moda, nestes casos.
Mas, pronto, utilizei-o durante cerca de 50 minutos. No final, o técnico ajudou-me a sair, perguntou-me se estava bem, balbuciou qualquer coisa que me pareceu ser “ressonância magnética” e disse-me que tirou umas belas fotos da minha coluna, enquanto eu estava no interior, e que as receberei, confortavelmente e sem mais chatices, em casa, no prazo de 3 ou 4 dias.
Saí e logo outro potencial cliente foi experimentá-lo. Eu não fiquei convencido e faço votos de não voltar a experienciar. Quando comparado, o meu Astra, na viagem para casa, esse sim, parecia-me um topo de gama.